Filming projects (filmagens do IF)

1. O que são as “filmagens do IF”?

As filmagens do IF fazem parte da planificação pedagógica. Não são um extra, não são uma diversão: fazem parte dos planos e são obrigatórias.
Só excepcionalmente se abrem excepções, sobretudo quando algum aluno (normalmente muito novo e no primeiro ano) se sente demasiado nervoso para enfrentar o desafio.
Essas filmagens coincidem quase sempre com a apresentação e ensino de inglês prático ligado ao plano curricular (compras, opiniões, visitas, narrativas, etc.).

2. As filmagens são iguais para todos os alunos?

A maneira como são feitas, sim. O treino, a motivação, a exigência, o tratamento posterior são comuns a todas as filmagens. Mas é claro que os objectivos pretendidos diferem, de acordo com a idade e o nível de cada turma.
Se numa criança de cinco anos ficamos contentes só por conseguirem vencer o nervosismo e usarem pequenas frases (mesmo com algumas falhas) em relação a um aluno que anda no IF há vários anos já exigimos uma outra atitude, um inglês mais fluente e não admitimos erros que impeçam a comunicação oral.

3. Como é feito um projecto de “filmagem”?

Seguimos várias fases:

1. Planificação global

Quando se faz a planificação pedagógica para todo o ano lectivo, define-se onde se devem encaixar as filmagens.
Tem-se em consideração a matéria que se está a dar e a altura do ano (para não coincidir com as provas globais, por exemplo).
Tentamos que todos os alunos façam pelo menos duas filmagens planificadas por ano. Depois cada professor poderá fazer mais filmagens, algumas mais simples, apenas para os alunos visionarem na aula e verificarem que precisam de ter cuidado com a expressão oral.

2. Criação do texto e dos grupos

Quando chega a altura, o professor apresenta o projecto à turma. Então seguem-se os seguintes passos:

a) Criação do diálogo: para os níveis mais baixos, adapta-se um diálogo já conhecido. Os alunos mais avançados terão de construir um diálogo de raiz. Espera-se que os muito avançados (alunos das turmas de Cambridge) definam na aula “guidelines” e depois improvisem ao vivo.
b) Formação de grupos, de acordo com as personagens necessárias. É preciso algum cuidado, sobretudo em relação aos alunos mais novos. Temos de ter algum jogo de cintura: por um lado não podemos que sejam eles a escolher, por outro lado não podemos impor parceiros. E todos querem papeis que não os desvalorizem, por isso usamos a nossa experiência para os convencer.
c) Correcção, adaptação dos diálogos, com a ajuda do professor. Aqui damos pequenas dicas, corrigimos erros, sugerimos alterações aos diálogos que os alunos apresentam.

3. Ensaio

Grupo a grupo, normalmente em espaços separados, começa o ensaio. Têm de decorar os textos, pois sabem que não podem levar folhas para as filmagens. O professor vai ajudando, corrigindo, motivando.

4. Filmagem

Começamos a filmagem pelos grupos mais preparados. Por vezes corre bem à primeira, às vezes precisamos de vários “takes” e acontece até termos de pedir aos alunos que regressem à sala para ensaiarem novamente pois não estão prontos.
A filmagem é feita num local específico (normalmente à frente de um pano verde, iluminado com focos especiais), com uma câmara especial. Fazem-se as “marcações”, filmam-se os vários “takes”, os grupos adoram apresentar-se com a claquete (onde consta o nome da filmagem e dos “actores”).

5. Preparação e tratamento do material

O professor, depois das filmagens, visiona o material e selecciona os takes. Preenche um formulário com o nome dos alunos de cada grupo, acrescenta notas sobre o que deve ser feito, quais os objectivos que se pretende com a filmagem, etc.
E envia para a “técnica” via recepcionista.
O nosso técnico de multimédia inicia o tratamento e a montagem do material. Uma filmagem de um minuto pode demorar mais de uma hora até estar terminada. Ou seja: um projecto de filmagens que abranja todos os alunos do IF representa cerca de um mês de trabalho para o nosso técnico de serviço. Mas vale a pena, achamos nós.

6. Publicação

As filmagens que não tiverem qualidade mínima, serão apenas apresentadas na sala de aula para auto-correcção.
As outras (a maioria) são publicadas na Plataforma do IF, para serem vistas pelos alunos e pelos pais.

4. Quanto tempo lectivo se “sacrifica” num projecto de filmagem?

Não achamos que seja tempo perdido, antes pelo contrário. Os resultados que temos vindo a alcançar são muito, muito compensadores. Em termos práticos, a “construção” do diálogo faz parte do “writing”, por isso pode ser considerada tarefa separada.
Entre ensaios e filmagens não se “perde” normalmente mais do que uma aula.
Por vezes deixamos os alunos ensaiar durante cerca da meia hora final de uma aula e pedimos para continuarem a treinar em casa ou no IF (vindo mais cedo na aula seguinte).
A filmagem normalmente demora pouco mais de meia aula. Os alunos, depois de filmarem, fazem revisões previamente preparadas pelo professor.
Ou seja, na prática uma aula chega. O grosso do trabalho é feito fora das aulas, antes e depois, e não interfere com a sequência normal da planificação pedagógica.

5. Mas se alguns alunos se enervam com as filmagens, isso não poderá ser prejudicial para as crianças?

Achamos que não. Já fazemos isto há muitos anos e estamos convictos de que se trata de um benefício não só ao nível da aprendizagem do inglês mas sobretudo ao nível do comportamento e atitude.
Não podemos fingir que as crianças serão sempre protegidas por uma redoma pois terão de enfrentar desafios pela vida fora. E quanto mais cedo se prepararem, melhor.
Haverá momentos em que terão de se expressar (também em inglês) em situações de stress.
E esse nervosismo combate-se e ultrapassa-se em criança. Se os pais vissem o que acontece aos jovens que têm de enfrentar uma entrevista em inglês (que não falam pois não foram preparados para isso) compreenderiam melhor a necessidade de os preparar desde muito novos para vencerem o receio de comunicarem “sem redes protectoras”.
Aliás, como sempre afirmamos, as filmagens (e não só) contribuem para que a totalidade dos alunos do IF se sintam à vontade quando se trata de falar inglês em ambientes que lhes são estranhos.

6. As filmagens não podem também cultivar vedetismos ou traumas?

É um pequeno risco, mas aí entra a nossa grande experiência como professores e especialistas em processos educativos. Temos muito cuidado para não deixar que um aluno sobressaia demasiado com a sua participação. Tentamos evitar os exageros, começando no cuidado como distribuímos os textos e terminando no modo como orientamos as filmagens. E damos uma mão especial aos que se sentem menos à vontade.
E nunca negamos um “empurrão”, se acharmos que pode ser útil.

HTML Snippets Powered By : XYZScripts.com